sexta-feira, 18 de março de 2011

Vokü e Bradenburger Tor

E eu descobri com os contatos brasileiros veganos e alternativos daqui que tem uma coisa em Berlin Chamada Vokü (KDH: Fô-kiu). Segundo a wikipedia alemã (http://de.wikipedia.org/wiki/Volxk%C3%BCche):
"Volxküche (VoKü), também conhecida como Bevölkerungsküche (BeVoKü) ou Cozinha para todos (Küche für alle - Küfa), é na cena alternativa de esquerda  um acontecimento de uma ou mais vezes por semana, em que um grupo cozinha e cobra um preço mínimo ou o quanto a pessoa quiser dar. O Vokü acontece na maioria das vezes em coletivos de orientação política de esquerda e a comida é vegetariana, ou até vegana... "

Bom, deu pra entender. Paguei 1 euro! Foi indicação de um amigo brasileiro, o Felipe, que conheci no curso e aproveitei e já levei a Jéssica e convidei a San também. A comida tava beeeem apimentada, uns condimentos indianos, mas muito boa! Um pratão que você pode repetir quantas vezes quiser. |E tem sobremesa também, era um pudim, ou mingau de aveia... não entendi bem e o gosto também não ajudou a decifrar muito...

Na quinta-feira, a Maren (alemã que estava no Brasil) me inscreveu num seminário das fundações que também bancaram parte do projeto (o programa ASA, que foi o que me bancou, é de uma dessas fundações), que era perto do Bradenburger Tor.

No caminho (como era mais longe), peguei o S-Bahn, como eu falei antes seria a CPTM daqui. Saca só:
Eu adorei essa vista...

O trem chegando na estação
Primeiro que eu fui sozinha e me perdi um pouco quando saí da estação Potsdamer Platz, mas liguei para a Jéssica e perguntei para dois caras e achei o lugar.
DM: total lá embaixo. Entendi pouquíssimo, falando de apoio para a reintegração da Alemanha do leste e de programas de apoio com outros países.

Aber kein Problem! (KDH: mas sem problema!) O lanchinho tava bom e eu sabia que o Bradenburger Tor era perto e dei uma passada lá, assim que saí. Imagina a emoção em ver os cavalinhos azisl pertinho. Comecei a chorar, ué. Vi aquele negócio só em foto, em documentário. Comecei a lembrar tudo o que sabia do muro. Do dia que o muro caiu e todo mundo tava em cima, aquela foto famosa. E eu ali! Deu uma coisa... Um p.... frio - quem disser que frio é psicológico, vem aqui pra aproveitar o Frühling (primavera)! Uns 4 ou 5 graus fácil, no Frühling!!! Ainda uma chuvinha fininha. Sente só minha cara que nem consegue dar um sorriso direito! (rsrs)
Queda do Muro
Eu lá!!!


Bom gente... fico aqui falando sozinha... postando fotinhos... queria ouvir (ler) um pouco de comentários de vocês! Por hoje vou encerrando que acho que falei bastante do que aconteceu essa semana. Schönes Wochenende! (KDH: bom fds!)

Volkshochschule

E terça a Anja já tinha ido embora e eu tinha que resolver minha situação na VHS - all by my self! - eu ainda tenho uns tics de usar expressões em inglês, quando não sei em alemão. Mas devo confessar que o Englisch tá perdendo feio pro Deutsch! As palavras faltam em inglês! Doido!

http://www.berlin.de/ba-neukoelln/vhs/
Bom acordei super tarde (umas 13h) e comi qualquer coisa e fiquei enrolando. Lá o serviço de inscrição abria às 15h então nem adiantava correr muito. A mulher tinha prevenido de chegar uns 10min mais cedo, porque a fila é grande. Cheguei 14h55 e já tinham 20 pessoas na minha frente. Ah Got! Tudo bem... não tinha pressa.

Muito estrangeiro. Muito jovem que parecia estar viajando (espanhóis) e muitos árabes/ turcos, que pareciam precisar de trabalho. Consegui me comunicar com a mulher, explicando que eu já tinha estudado, fazia faculdade de letras... aí ela me encaminhou pra fazer o teste de nível. A outra que me atendeu disse que como eu ia pagar, não precisava fazer teste, mas insisti que queria fazer, pois não sabia qual era a euivalência do que fiz no Brasil com o curso aqui. A provinha foi super tranquila, mas não consegui fazer tudo. O que não tem problema, pois quanto mais pro final, mas difícil fica e eles tem uma noção do nível que você está.

Consegui ficar no que eles chamam de nível 7, ou seja, seria o último do básico. Iria fazer o B2! Aí não tinha vaga e ela pensou em me colocar no C1 (que é pros que tão muito bons, mas que eu não teria dificuldade, pois o curso não é muito puxado).
Aí foi meio correria, porque ela não achava um curso para mim. Me indicou um que quando fui pagar, já estava lotado. Voltei para a fila, e ela encontrou outro. Isso porque eu tinha achado que não ia ter problema, que já que tinha reservado!
Mas tudo bem! Ela encontrou uma vaga e disse que o curso era o B1.2 (o seguinte do que eu já tinha feito no Brasil) e o último do nível básico (grundstufe). Esse curso tinha começado na segunda então não tinha perdido muito. E eles não fazem muito controle, o professor tá acostumado com todo dia vem gente nova!
Fui pela primeira vez na aula na quarta-feira e junto comigo começaram um homem do Yemen! Tem gente de todo kugar, uns 2 ou 3 turcos, franceses, uma americanam uma inglesa, alguns espanhóis. Cada dia converso com uma pessoa nova! No primeiro dia foi com uma mulher do Azerbaijão (é assim que escreve? Entshuldigung, se tá errado...), no 2o., com uma menina espanhola, que tinha chegado na sexta.
E o engraçado é que grande parte deles está desde o começo, que foi em Janeiro. Porque é como se fosse o mesmo grupo, mas vai saindo e vai entrando gente, conforme o interesse e o pagamento de cada um. Muito doido, mas funciona!

Esse dia terminei indo encontrar uma amiga, a San, que tinha ido me buscar no aeroporto. Fui correndo comprar o livro do curso e depois fui me encontrar com ela.

Segunda - plano B...

A Anja chegou bem cedo e fomos resolver minha vida na escola que eu me inscrevi pra estudar.
Como aqui tem muito estrangeiro, o governo tem uns programas de integração de estrangeiros, que você procura nas escolas populares (Volkshochschule) dos bairros. E tem curso de tudo: curso de alemão para estrangeiros, mulheres, mães, curso de dança, de yoga, de tudo! Muitas pessoas recebem ajuda do governo e o governo que paga esses cursos.

O processo pra começar é basicamente fazer uma reserva pela internet e depois pessoalmente se inscrever e pagar. Como o curso que eu tinha reservado começava na segunda. A Anja falou pra gente ir pouco antes do horário da aula, só pagar. Mas como burocracia traz probleminhas em todo lugar do mundo, aqui não fo diferente. Aconteceu que minha reserva não estava lá e não consegui começar o curso. Tinha que voltar no dia seguinte, que era o dia de fazer novas inscrições.
Para aproveitar o dia, fui conhecer a escola com a qual vamos trabalhar aqui junto com a Anja. A escola é parceira do projeto aqui de Berlim e da escola no Brasil e que vai receber os alunos do Brasil. Quem está dando as "oficinas" para os alunos daqui são a Nina e a Jona (todo "j" em alemão se fala como "i", então o nome das meninas se fala "Ania" e "Iona")*


* vo inventar agora um negócio aqui: é impossível escrever um blog na Alemanha e não misturar os vocabulários. Então toda vez que eu "ensinar" alguma coisa em alemão - quem sou eu pra ensinar alguma coisa em alemão!! -, vou colocar KDH = kleindeutschhinweis ou o famoso fica a deut-dica!

Anja, Nina e Jona em reunião no café
 As crianças têm entre uns 14 e 16 anos, e como a metodologia da escola é diferente, essa atividade de projeto, faz parte da grade curricular deles. Então aqui temos muitos alunos inscritos. Cerca de 25, se entendi direito. Na segunda conheci 19 deles e Jona e Nina prepararam uma dinâmica super bacana para começar o assunto "Cultura".
Depois fomos tomar um café (pra mim chá) com o famoso apfelstrudel - o original, como a Lari comentou no Face - pra atualizar o que é preciso ser feito. Meu DM: lá em baixo. A Jona até sorria um pouco para mim, pra meio que se solidarizar. Mas eu buscava, falar um resuminho do que eu entendi. O principal problema era motivação de alguns alunos.

Apfelstrudel!
Hauptbahnhof vista de longe
Depois, fui levar a Anja na Hauptbahnhof. Aqui me permitam fazer uma homenagem aos meus colegas de curso de alemão, da faculdade, pois nossa primeiríssima lição foi Hauptbahnhof! (errinen ihr euch?). Mas sério gente, não sei se as fotos faram justiça, porque lá é enorme! Maior que um shopping!

Ainda passamos na praça do Bundestag!! Tava tendo uma demonstration (KDH= manifestação) contra a energia nuclear! Gente, me emocionei de verdade. Eu sempre via na TV manifestações around the world contra os desastres.. mas nunca imaginei ver em Berlin e estar lá no meio. A Anja ainda até tirou um sarro, porque tem demonstration todo dia em Berlin! Hauhau Mas sem comparação com as da paulista. O povo leva cartaz, começa a gritar gritos de guerra... pena q tava escuro e frio.. espero que as fotos demonstrem um pouco.
Demonstration gegen das Atomkraftwerk
Deutscher Bundestag!
Tschüss und bis später! (KDH= até mais tarde)

Deutschmeter e coisinhas de 1o. mundo

Hallo Leute!

É complicado manter um blog atualizado, ainda mais quando se está numa cidade estrangeira! Vou fazer um resuminho da semana para facilitar as coisas:

VOLTA PRA CASA

No domingo à tarde sai da casa dos meus tios e fui pegar a carona de volta para Berlin. Tive a sorte de o mesmo motorista da ida ser o da volta. Ele foi passar o fim de semana em Stuttgar e tinha vaga pra ir voltar - era a última!
Dessa vez meus parceiros de viagem, foram uma Berlinense, Louise, e um cara que é de perto de Stuttgart, mas mora em Berlin, Felix. Gente! Que foda entender os dois... Ficava até meio tonta.
Pensei numa coisa nesse espaço de tempo, quando as pessoas falam que eu falo bem alemão, "pra quem nunca veio para a Alemanha...". Fico pensando o que será que é falar bem alemão para eles...
E como muita gente tem me perguntado como eu tenho me virado com a língua, inventei um DM: Deutschmeter!

Deutschmeter: entre sehr gut e so so!

Então, o bom (ou não) desse Apparat aí (vão aprendendo Deutsch) é que ele é bem variável! Nessa viagem, por exemplo, senti que meu Deutschmeter tava lá pra baixo... o povo falava comigo e eu wie bitte? (Kumékié??) 
Aí eu ficava meio autista, olhando pela janela. O que aqui não é nada ruim! A vista da estrada nunca cansa. E como uma colega bem me lembrou: voce não sente um buraco na estrada (6h de viagem), e não pega n-e-n-h-u-m pedágio! (Óirropa é outra coisa!)

Mas do nada*, o Felix começou a comentar do Japão e eu não me aguentei e me intrometi, perguntando sobre a situação, se ele tinha alguma novidade. Aí o papo ficou bom! Perguntaram o que eu vim fazer aqui e eu expliquei o projeto que comecei no Brasil e que ganhei uma bolsa para fazer um projeto por 3 meses na Alemanha e que o projeto continua no Brasil no 2o. semestre (usw/etc).
Aí meu Deutschmeter foi lá pra cima! Eles comentaram q eu falo super bem Alemão, que eu até faço alguns erros, mas nenhum sério (ou muito escabroso!). Aí a Luise desembestava a falar e o Deutschmeter ia lá pra baixo.. (wie bitte???)

Bom, cheguei super bem. Mas houve uma pequena mudança nos planos. A Anja, quem tava me ajudando aqui (eu estou alugando o quarto do namorado dela!) deixou a chave do quarto com a Maxi (outra alemã que morou no Brasil e já fez trabalho no Projeto Alavanca). Eu tinha que encontrar com ela para pegar a chave do quarto.
Peguei o busão (que é outra coisa de primeiro mundo aqui - hello!! Você está no 1o. mundo!!) com ajuda da Louise e cheguei germânicamente às 20h30, como eu tinha combinado com a Maxi.

O Bus funciona assim: todo ponto de ônibus tem um "mapinha" da linha toda, de todas as paradas dele. Você paga quando entra ou mostra o ticket do metrô (que vale para tudo S-Bahn - tipo a CPTM mas sem comparação -, U-Bahn, metro, e Bus) e fica sentadinha esperando o painel mais o autofalante falar a parada. Não tem erro.
Detalhe: quando você olha no mapa da linha, você consegue prever quanto tempo demora, de tão.. digamos, germânica que é a coisa aqui. Esse ônibus que eu peguei, demorou 9 min para chegar na minha parada. (!!)

* homenagem para a San

segunda-feira, 14 de março de 2011

Wochenende: Böblingen

Há uns 13 anos atrás, o sobrinho do meu pai (que curiosamente é 1 mês mais velho que ele!), que eu sempre chamei de tio, veio morar na Alemanha.
E, claro, uma das primeiras coisas que eu queria fazer era matar a saudade deles todos (ele tem quatro filhos).

A Anja - alemã que já trabalhou ano passado no Brasil e foi uma das responsáveis por me aceitar no projeto - me ajudou muito aqui. Desde encontrar alguém para me buscar no aeroporto até ir comigo na prefeitura e na escola de línguas. Ela me indicou um site de caronas bem comum aqui nas Óirropa (eu, muito brasileira, fiquei besta como as coisas aqui dão mesmo certo!). Para quem ficou curioso (vai que você dá um pulinho na Alemanha precisa de carona!), o site é: http://www.mitfahrgelegenheit.de/, na Alemanha, pelo menos. Mas segundo os meu colegas de carona, é possível encontrar carona para toda a Europa (e não precisa fazer conta).
Uma experiência meio corajosa, mas muito vantajosa pois é bem mais barato que o trem ou outro transporte, quando você precisa mais em cima da hora.

Não tirei fotos do caminho, mas mais da cidade do meu tio. A carona me deixou na Hauptbahnhof de Stuttgart e eu peguei um trem para a cidade do meu tio, Böblingen (18 min de trem. Sério.).
Aí no dia seguinte fui com meu primo Oliver levar a Annie, cachorrinha deles, para passear e depois fomos com a minha tia Márcia dar uma volta na cidade.

É meio surreal ter uma floresta como "vizinha", né não?

Pequena Floresta do lado da casa do meu tio (vista da janela da quarto)
Oliver passeando com a Annie
Tia Márcia e Oliver
Uma das vistas "feias" de Böblingen - igualzinho ao Brasil, oder?
Tem até patinho na água... (é, igualzinho!)
 Auf wiedersehen!

Willkommen in Berlin (und auf meinem Blog!)

Benvindos e benvindas!
Depois de alguns semestres na Letras estudando alemão, apareceu uma grande oportunidade para conhecer a bendita Deutschland! E jetzt to eu aqui...
Como muitos amigos pediram notícias, resolvi montar um bloguinho para ficar mais fácil de contar as novidades e mostrar as fotinhos! Willkommen alles!

Vou fazer um trabalho voluntário em Berlim de Abril até Junho. Mas decidi vir um mês mais cedo para estudar um pouco por aqui mesmo e começar o trabalho em abril mais enturmada e acostumada com a cidade.

Em outro post conto melhor como foi o processo para conseguir participar desse programa de intercâmbio e como estão indo os encontros com os alunos aqui.
Mas agora, quero contar mais sobre os primeiros passos, primeiras descobertas e primeiras impressões da viagem!


Mãe! Tô indo!
Essa é a primeira vez que viajo para a Europa. Já fui para os EUA, mas ir para a Alemanha sempre foi um grande sonho para todos na minha família (meu avô paterno era alemão). Então, para mim é muito fácil me emocionar quando penso em todos lá em casa que estão comigo em cada passo que dou.
Para começar, a família toda (e claro, o namorado kerido) foram se despedir no aeroporto:



 Vista do vôo:
Acima (dir-esq): Deserto de Dakar e costa da Espanha; abaixo: Alpes Suíços

Fiz escala em Zurique (tem q pegar trem para sair do terminal e desembarque e ir para o outro!):

e finalmente: a vista dos predinhos baixos!!




Ja Leute.. jetzt bin ich hier!

Mais ainda por vir! Aguardem!